Ao percorrer os corredores do Tribunal de Justiça da Paraíba não é raro encontrar mulheres. Elas estão espalhadas por todos os setores e ocupando as mais diversas funções. A imagem comum é como um espelho a refletir o protagonismo feminino no Poder Judiciário estadual. Fato comprovado por números.
São 643 mulheres à frente de cargos de chefia e assessoramento no TJPB, o que equivale a 57,8% do quadro de pessoal, enquanto que os homens na mesma função somam 470, representando um percentual de 42,2%. Os dados estampam os avanços no caminho para a equidade de gênero no Judiciário estadual, consequência de um olhar sensível para uma causa abraçada por todos.
Um dos exemplos de protagonismo é Izabel Nóbrega, diretora de Economia e Finanças do TJPB. Ela lidera uma equipe que tem por missão administrar os recursos orçamentários e financeiros e padronizar métodos e práticas dos processos de trabalho inerentes ao setor. Uma tarefa que exige organização, inteligência e muita desenvoltura. Qualidades inatas em Izabel.
“Quando começamos uma carreira, um dos maiores desafios que enfrentamos, como mulher, é conquistar a credibilidade diante de setores majoritariamente masculinos. Aqui no Tribunal de Justiça, isso faz toda a diferença, os gestores confiam no nosso trabalho, nos dão liberdade para conduzir o setor e criar novas oportunidades de planejar, organizar e dirigir as atividades de gestão”, destacou.
Caroline Leal, gerente de Planejamento do TJPB, também compõe o quadro de mulheres protagonistas. Ela fez questão de destacar que existe uma política do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) de participação feminina, onde todos os ramos e unidades do Poder Judiciário devem adotar medidas que assegurem a equidade de gênero no ambiente institucional, incentivando a participação de mulheres nos cargos de chefia.
“No Judiciário, já existe esse olhar. Essa política adotada pelo CNJ, e estendida a todo o Judiciário, tem promovido grandes transformações. Mas é importante não esquecermos que, embora haja avanços, é necessário progredir muito mais”, colocou.
A gerente de Material, Patrimônio e Acervo do TJPB, Liana Urquiza, concorda que a liderança feminina ainda é um grande desafio, mesmo no século XXI. Desafio já encarado pelo Judiciário estadual que tem aberto grandes espaços para o protagonismo das mulheres. Liana enfatizou a presença feminina em cargos de liderança no Tribunal.
“Nosso Tribunal conta com cinco desembargadoras. Nas gerências, temos a de Projetos, Estatística, Material, Patrimônio e Acervo, Engenharia e Arquitetura, Orçamentária, Cerimonial, Dados, Qualidade de Vida, Primeiro Grau, Judiciária, Controle e Acompanhamento, Escola Superior da Magistratura (ESMA), todas capitaneadas por mulheres, além da Diretoria de Finanças, que também é ocupada por uma mulher. Isso mostra que estamos no caminho certo e que as oportunidades são para todos”, finalizou.
Marieta Tavares é gerente de Engenharia e Arquitetura do TJPB e ressalta os grandes avanços na presença feminina no Judiciário paraibano, com mais mulheres em cargos estratégicos e atuando ativamente na administração. “Embora ainda haja espaço para evoluir, a valorização das habilidades femininas e o incentivo à equidade de gênero têm fortalecido esse processo, tornando a participação das mulheres mais natural e equilibrada”.
Ela ressaltou que, a cada ano, mais mulheres ganham espaço, voz e influência em diversas áreas da sociedade. No entanto, este mês deve ser de reflexão, pois ainda há desigualdades a enfrentar, como a equidade salarial, a presença em cargos de liderança e a divisão de responsabilidades no trabalho e em casa.
Para a gerente de Qualidade de Vida, Valéria Beltrão, a presença feminina gera um impacto real e positivo na estrutura do Tribunal paraibano, pois além de contribuir nos conhecimentos técnicos, traz uma perspectiva mais humana, criativa e inclusiva. “Apesar dos desafios que as mulheres enfrentam diariamente em diferentes áreas da sociedade, os avanços acontecem à medida que ações educativas e informativas ajudam a conscientizar a população sobre o tema”, realçou.
Ao mostrar a trajetória dessas mulheres percebemos os avanços e desafios na busca por equidade de gênero. O Poder Judiciário da Paraíba tem promovido a participação feminina por meio de políticas afirmativas e do incentivo à presença de magistradas e servidoras em cargos de liderança.
Ao enfrentar barreiras históricas e estruturais, a instituição fortalece a existência de uma Justiça inclusiva, contribuindo para uma sociedade mais igualitária.
Fonte:Gecom/TJPB