Faltando menos de trinta dias para as comemorações das festividades de São João, os empreendedores paraibanos já se preparam para o período, considerando o aumento do fluxo de turistas em todo o território do estado. O impacto econômico que essa época cria para o ambiente de negócios é visto com expectativa, especialmente, pela condição de novos empregos e oportunidades no mercado.
Em Campina Grande, cidade do Maior São João do Mundo, o presidente da Associação de Quadrilhas Juninas, Lima Filho, revela que as festividades deste período colaboram positivamente para fortalecer o desenvolvimento das atividades culturais e contemplar diferentes segmentos. “Entre dançarinos, produção e diretoria somamos 3.649 quadrilheiros. São pessoas que participam ativamente das atividades nesse período junino, sem considerar os fornecedores que são mais de 150 pessoas que trabalham nos bastidores para deixar tudo pronto. Ou seja, existe toda uma cadeia produtiva nesse processo para garantir as apresentações nos festivais”, explica.
Lima Filho destaca também que atua como personagem interpretando o cangaceiro “Virgolima de Campina”. Ele faz apresentações em eventos privados e enfatiza que o faturamento no São João cresce em mais de 100%, comparado ao restante do ano. Suas apresentações são caracterizadas pela leitura personalizada do cordel. “Esse personagem é trabalhado o ano inteiro, geralmente com duas ou três apresentações mensais. Nesta época de São João, é diferente, a quantidade de interpretações cresce dez vezes mais e melhora o ganho”, pontua.
Além de preservar o contexto das tradições culturais, o período junino contempla outras atividades no mercado, beneficiando segmentos como a gastronomia, hotéis e pousadas, serviços e produtos diversos.
Considerado como um dos eventos mais antigos do país, o São João de Santa Luzia se prepara para celebrar 83 anos de tradição neste ano. O município, que fica localizado no sertão da Paraíba, é destaque por diversos atrativos, entre eles, a produção centenária de louças de barro. Uma prática artesanal que é feita por um grupo de mulheres da Associação das Louceiras Negras da Serra do Talhado de Santa Luzia.
Ao destacar a tradição da produção de peças como panelas e outros produtos utilizados para decoração, a presidente da associação, Gileide Ferreira, diz que a expectativa é que as vendas cresçam 30% até o final de junho. “Somos 20 mulheres trabalhando nessa produção e já existe bastante encomenda para o São João. Temos uma expectativa que esse número de pedidos aumente nos próximos dias e que o faturamento melhore ainda mais”, disse.
Para a gestora estadual de Turismo e Economia Criativa do Sebrae/PB, Regina Amorim, as festas juninas da Paraíba são eventos culturais que geram uma experiência positiva no contexto do turismo e criam impactos com dimensões política, econômica, social, espacial e lúdica. “É uma festa popular que aproxima relações familiares, sociais e esse espírito junino tem expressões artísticas e culturais que colaboram com os negócios criativos, mantendo as tradições e a espontaneidade da população”, comenta.
Outro fator enfatizado por Regina Amorim consiste na diversidade do calendário de festas. “São vários os municípios paraibanos que se destacam com suas festas juninas, cada uma com sua identidade, seu povo e suas tradições, gerando então oportunidades de ganho para os pequenos negócios nos mais diferentes setores e regiões do estado”, conclui.
Fonte:Ascom